sábado, 22 de dezembro de 2007

Uma Vida Entre Dois Mundos.

Eu li certa vez, que HISTORIAS SAO TEIAS CONECTADAS FIO A FIO, é interessante ver como estes fios, como estas historias de mim e de você, parecem se conectar umas nas outras fazendo do mundo um lugar de vários personagens principais e uma infinidade de figurantes de nossas historias porém protagonistas de suas próprias. As vezes procuramos meios e mais meios de cruzar estas historias, de quem sabe alcançar uma próxima pagina, pensando em nossas vidas como livros, pagina por pagina, gosto de pensar que nossas vidas não são muito diferente de historias e como tal, são teias e que outra forma de dar seguimento a elas se não indo de encontro ao centro, só assim se chega ao fim para então começar uma nova historia.

Sabe, em minha historia tenho tido muitos dias ruins e temo ainda estar vivendo uma mesma historia sem fim, sem nunca ter se quer tentado chegar até o centro, no meio disso tudo acabei descobrindo que não sou tão bom nem tão mau, que no fim das contas também não sou tão forte quanto pensei, mas sempre posso ficar um pouco mais forte quando preciso, e que ser não é exatamente o que importa, se você pensa que é logo não só você mas as pessoas ao seu redor também crerão que você o é e quem sabe assim, um dia você será a pessoa que busca ser...

Essa semana voltei a ler e isso despertou uma vontade infinita de contar historia por isso vou lhes contar uma, não uma história qualquer, mas uma historia como se contava antigamente:

A historia de um garoto, um jovem, um homem, que por muito tempo viveu entre dois mundos, sem saber ou certo a qual deles pertencia. Em um mundo ele era um herói renegado, um dos poucos que ainda lutava por algo maior que ele mesmo, num mundo que mesmo cheio de vida e fantasia, teimava em morrer aos poucos e se tornar cada dia mais normal e severo, no outro era um menino como qualquer outro que portava um segredo único, e esse segredo o consumia, mas o mundo ainda não estava pronto para sabê-lo. No começo, nosso menino passava mais tempo em seu reino heróico onde com seus dons tentava de toda maneira fazer a diferença, ele ainda acreditava que poderia mudar o mundo, e no fundo tudo isso o divertia muito, mas com o tempo isso não era mais o suficiente e tão pouco divertido. na sua adolescência ele começou a viver uma vida dupla, de dia um jovem diferente, deslocado mas ainda assim misterioso, e a noite, um justiceiro procurando trazer a justiça a um mundo que não se preocupava mais com isso. Na vida adulta, o jovem outrora deslocado e diferente, se tornara um professor um tanto irreverente aos padrões escolares da época, a cada aula o universo parecia se expandir na mente de cada aluno, enquanto o outro mundo agora se perdia sem justiça, sem esperança, e sem vida, o herói que um dia lutou por uma causa justa havia desistido e aceitado que sua causa era apenas mais uma causa perdida e assim como todas as outras, não havia por que ser defendida. Alguns anos se passaram em ambos os mundos e por mais que o herói fosse imortal o senhor que agora já se aposentara não mais tinha forças para manter seu segredo a salvo, ele sabia que mais cedo ou mais tarde ele cederia a aqueles que buscavam tirar dele aquele segredo, e então o velho homem um homem que mesmo sendo muito velho se você olhasse para ele em seu terno fino, suas luvas e chapéu verde limão com um bigode ralo sobre os lábios você ficaria admirado, deixou mais uma vez um sorriso escorrer por seus lábios, um daqueles que mostrava desde moço enquanto sonhava acordado com um mundo de heróis e vilões, e decidiu o que faria, decidiu que pregaria sua ultima peça, e sendo assim se ajeitou na velha cama e de olhos fechados viu seus inimigos se aproximando com suas armas sedentos para portar o segredo, aquele que fora guardado entre dois mundos, e então ele ajeitou seu chapéu sobre o rosto deixando apenas os lábios pra fora e cantarolando uma musica misteriosa, ele adormeceu dentro de seu sonho para não mais acordar, levando consigo um mundo e o seu segredo aquele que só ele sabia, a musica continuou ressoando nos ouvidos de todos muito tempo depois da partida do velho, e ao ouvir todos riam por dentro mesmo sem saber o motivo, por um instante era como se soubessem o que o velho sabia, no outro pareciam ter esquecido, assim o velho pregava sua ultima peça em ambos os mundos...

Bom dia a todos, Uma ótima viajem ao nosso amigo Mike, e espero poder escrever todos os dias durante esse feriado...

segunda-feira, 17 de dezembro de 2007

Noites e Sonhos...

Estranho como as historias são feitas, traços retos e bifurcações um emaranhado de linhas que de perto mais parecem um labirinto a fazer perder a razão qualquer um que desavisado for entrando, quem faz parte dela não tem como saber onde vai chegar, mas quando se olha de fora, a beleza das historias, linhas tecidas por aranhas numa teia sem fim com pequenas gotas de orvalho reluzindo enquanto escorrem acumulando num ponto qualquer, assim são feitas as historias...

...Eu olhava pra luz do lado de fora, esperando, não sabia o que, mas aquela sensação de que devia esperar não parava, as horas escorriam como areia, já era tarde eu precisava ir dormir, decidi comigo mesmo que ficaria apenas mais alguns minutos, mais alguns minutos eu repetia em silencio enquanto meus olhos pesavam e minha cabeça pendia para os lados, recostei a cabeça quase que por reflexo e em pouco tempo já estava dormindo, a luz do lado de fora piscou algumas vezes, notei enquanto acordava lentamente um pouco incomodado com a posição na velha cadeira do computador, arrisquei abrir a porta um tanto decepcionado por ter dormido, ainda era noite, a lua parecia um tanto maior e mais branca no céu enquanto o céu mais negro e pesado, a rua estava vazia, a rede do vizinho balançava com o vento comecei a ter idéias de que talvez algo tivesse mudado, por uns segundo deixei a minha imaginação correr sem rumo, fechei os olhos recostado no pilar esquerdo da sacada, respirei fundo por um momento antes de voltar a realidade, deixei o ar encher meus pulmões, queria abrir os olhos em outro lugar, na minha mente eu estaria em ruas escuras em outro tempo, quem sabe uma Londres de alguns séculos atrás, a noite fria e a má iluminação provocavam um clima propicio a pessoas como eu, uma mulher com um olhar misterioso, por que sempre há uma mulher misteriosa em um sonho, para você ter certeza de que não é real, e assim eu abro os olhos, recobro os sentidos devagar, o vento frio vindo do sul ajuda a despertar, olho mais uma vez ao redor procurando não sei o que, e me volto para dentro, encosto a porta devagar observando a rua uma ultima vez, caminhei meio disperso até meu quarto onde deitei e dormi como se nunca tivesse levantado...

Naquela noite tive um sonho estranho, com aranhas tecendo teias e vozes cantando em línguas estranhas, tão antigas quanto as próprias historias, haviam ruas escuras e retas e bifurcações a todo instante, um emaranhado de becos que deixaria qualquer um fora de sua razão, por um instante pensei já ter visto aquilo em algum lugar, então sorri por um momento como que lembrando, e logo nem sabia mais por que ria, ajeitei meu chapéu, e caminhei pelas ruas estranhas e emaranhadas noite a dentro... sonho a dentro...

domingo, 16 de dezembro de 2007

Revolta

Por que as pessoas insistem em tentar ditar os caminhos que devo seguir, por que será que o ser humano em si não aprende a se limitar ao seu espaço sem invadir o espaço alheio, gosto de pensar que sou um cara razoável, de que mesmo quando tenho razão e as vezes até me assusto com a freqüência que isso acontece, eu me contenho e espero que o momento passe e quem sabe meu ódio se aplaque, o que raramente acontece, mas ao menos não revido, mas só existe uma coisa que não consigo conter, que por mais que eu espere o furor não se dissipa de forma alguma só uma coisa que só se resolve quando eu libero toda a indignação, de qualquer forma, não suporto que as pessoas tomem decisões por mim, ou me privem dos meus direitos, acho que só eu posso tomar as minhas decisões assim como somente eu vou arcar com as conseqüências.

Então por que se meter entre eu e as minhas decisões. hoje eu não indico a ninguém ficar no meu caminho, com certeza não é uma coisa muito boa a ser feita... pelo contrario, poderia gerar inconvenientes desnecessário, acreditem. Em dias como hoje só as minha paredes azuis saberiam como dispersar essa raiva contida de forma o menos destrutiva possível, quem sabe não seja a hora de tentar usar da idéia do bom Spider, ao menos para Fat Charlie pareceu oportuno, quem sabe um pouco de vinho, a companhia de algumas mulheres e boa musica não seriam a solução... argh...

Meus dedos tremem sob o teclado enquanto digito tudo isso minhas veias estão saltando sob a pele acreditem eu posso ver com meus próprios olhos o sangue correr por minhas veias, cada músculo do meu corpo parece retesado e pedir ardentemente por algum tipo de esforço, enquanto minha mente queria apenas vagar para longe de tudo num lugar escuro e silencioso sem o sol e o barulho das pessoas sem os gritos e vozes em meus ouvidos cantando coisas absurdas e sem sentido, queria poder voltar ao meu auto exílio cercado por paredes azuis, ao som de Miles Davis, estar de volta ao ambiente que conheço e me acalma pelo menos até um limite onde posso controlar novamente...

sinto o suor descer pelo meu rosto e isso me incomodar ainda mais, o sol me atrapalha continuamente entrando por uma janela que insistem em deixar aberta, enquanto eu só queria poder fechá-la por algumas horas.

Também não vou terminar este texto, preciso sair daqui, hoje até mesmo as palavras me fogem, e já não sei mais como comecei este post e nem como terminá-lo.

quinta-feira, 13 de dezembro de 2007

Calmaria antes da Tempestade...

Passei os últimos meses em conflito comigo mesmo, perguntas demais sem nenhuma resposta eu acho, isso não mudou, os dias passavam em nuances de cinza, escondidos por trás de mascaras e sorrisos que em momento algum mostraram o que eu sentia, isso também não mudou, as gotas de chuva ainda escorrem lentamente pelas janelas, e as pessoas ainda soam estranhas mesmo quando estão ao meu lado a mais tempo do que eu possa lembrar, existe em mim algo o qual eu não tenho muito orgulho, e que sei bem que as poucas pessoas com que me importo não gostariam de conhecer, gosto de pensar que alguns segredos existem justamente para permanecerem assim, escondidos no mais profundo abismo de nossas almas.

Nos últimos dias tenho experimentado uma estranha sensação de calmaria, e acreditem tenho cogitado seriamente a possibilidade de que eu esteja finalmente me adaptando a minha situação, ao ambiente em que fui jogado sem se quer ser notificado, nem um simples "Ei!!! vou fazer a da sua vida um inferno" sabe apenas ética profissional, acreditem, mesmo os malvados tem isso, afinal de contas, num mundo sem justiça alguma o mínimo que podemos ter é a tal ética não é, nos ajudarmos de alguma forma, gosto dessa ironia, mas o mais estranho é pensar que eu possa realmente me acostumar com isso.

Eu sei, Eu sei, também é absurdo pra mim, e acho que os que me conhecem um pouco melhor devem ter pensado o mesmo, agora tem a segunda opção e é claro acabei aceitando essa muito melhor, até mesmo gosto do fator filosófico que ela implica, no fim acho que é só a calmaria antes de toda tempestade, consigo até ouvir aquela voz meia roca dizendo vagarosamente com um sotaque tão familiar que chega ser absurdo eu não conseguir distinguir, como aquela resposta que fica na ponta da língua, mas você não pode lembrar de forma alguma, o pior nisso tudo é que nessas horas eu noto um sorriso saindo de leve no meu rosto junto com aquele calafrio, acho que isso é o que a maioria chama de sentimentos, não sei se amor, ódio, ou essas coisas, mas um sentimento de estar vivo. gosto dessa sensação. O som do violino enche minha cabeça me envolvendo de dentro para fora, misturando angustia, paz, incertezas e certezas, dores, prazeres, sensações conflitantes e reais, a cada nota um peso diferente, a melodia é triste, mas de certa forma me trás uma felicidade que desconheço, no fim essa coisa densa toma forma e preenche o espaço que outrora era apenas vazio sem sentido frio e desocupado.

Inacreditável, ainda não sei se sou aquele cara mau, não sei se sou um dos mocinhos, não tenho essas respostas, mas acho que aprendi a conviver com quem eu sou, o que quer que isso seja... venham as tempestades, caras como eu só encontram a paz no meio da destruição total, quando tudo está de cabeça pra baixo é quando me sinto mais à-vontade, é quando me sinto quase como estivesse vivo...

Bom dia aos desavisados que passarem por aqui...

segunda-feira, 10 de dezembro de 2007

A Ignorância é Uma Benção...

Os dias se repetindo inúmeras vezes, o dejavu do cotidiano, um fato que por mais que você tente, infelizmente não é possível alterar, não sei se por falta de vontade, quem sabe por falta de opção, não ouso discutir sobre isso, mas seria tão bom se ser apenas você sabe, só aquilo que você é, sem pretensões de no futuro ser algo melhor, se só o presente já fosse o bastante, sei que alguns dias isso parece possível, mas este dia como todos os outros sempre chega ao fim, e quando o sol se põe e nasce novamente, tudo que te prova que não é o bastante, de que ainda falta um algo mais.

Não queria olhar pras pessoas ao meu redor e ver apenas mentirosos com suas mascaras de sorrisos, queria poder ao menos uma vez acreditar, infelizmente, a ignorância não é uma benção destinada a todos, infelizmente alguns poucos precisam ver as coisas como elas são e se tiverem força, quem sabe tentar mudá-las, ou apenas sobreviver a elas... as vezes penso que poderia ser diferente, que algumas escolhas que fiz fizeram de mim um pouco mais medíocre do que eu deveria ser. Já me peguei pensando muitas vezes tentando lembrar algo em que eu seja realmente bom sabe, não só na média, mas quem sabe até o melhor, e só lembro de coisas que eu costumava ser bom, e ai, não consigo evitar de pensar, quando foi que parei de ser o melhor para apenas ser um dos melhores até que nem isso eu fui mais, quando parei de me contentar com o primeiro lugar para ser apenas um dos primeiros... e se quem sabe, não estou errado sobre tudo e todos..

"Todos mentem viver com essas mentiras é o que nos torna felizes" Foi o que disse o Excêntrico Dr. House em um de seus episódios, queria poder dizer que é mentira, ou até mesmo discordar, mas acho que acabei abraçando esta filosofia quase como se fosse minha, é triste viver um mundo de mentiras, mas acreditem, é muito pior viver uma verdade num mundo de mentiras, onde você não pode nem mesmo quando quer, acreditar em nenhuma palavra ou gesto vindo das pessoas ao seu redor. mais uma vez, a ignorância se mostra uma benção.

estou a uma semana quase sem escrever aqui(sem internet em casa) e notei que senti mais falta disso, mais falta das pessoas que conheci aqui através de comentários do que da vida real cheia de pessoas reais incapazes de provocar qualquer tipo de sentimento real em mim, serie eu tão insensível assim, terei eu calejado a pele tanto assim a ponto de não mais conseguir sorrir com as brincadeiras ou com as conversas fiadas, é difícil rir de uma historia contada como mérito quando já se sabe que não é verdade, é difícil ficar excitado com uma aventura contada aos amigos quando você sabe que esta também não é verdade, difícil ficar nervoso com um eu te amo, ou um sinto sua falta, quando você melhor do que ninguém sabe que isso não é verdade, não posso pedir que entendam quando nem eu mesmo posso entender, mas já fico feliz de compartilhar, as vezes penso que me expor assim chega a ser ridículo, mas lendo os textos de outros por ai eu acabo aceitando, quem sabe não sou eu um escritor da liberdade, ao menos nessa liberdade eu ainda acredito, e como eu disse no meu primeiro post, quem sabe minhas palavras mesmo que um tanto desconexas, não façam a diferença para alguém...

Boa Noite e um bom dia aos que vivem na noite e por aqui passarem...

terça-feira, 4 de dezembro de 2007

Eu Tenho um Blog de Elite

A a maior parte de vocês já deve ter visto este post em outro lugar por isso vou tentar não prolongar isso e ser o mais prático possivel, tendo sido indicado pela Lyani e pela Flavia como Blog de Elite, tenho o dever de indicar mais 5, dessa forma não poderia fazer diferente:

Além do Cerrado
O Avesso da Vida
Nessessidade de Escrever
Vi
Catapop

Ok bem atravessado mas o que vou fazer, além de tudo estou sem inspiração, quem sabe a noite eu trago algo mais inspirado...

segunda-feira, 3 de dezembro de 2007

Sonhos em Nuances de Cinza.

Tem dias que tornam mais fácil o não ser social, não sei por que, pode ser a chuva caindo logo cedo antes mesmo do despertar, pode ser que sejam as pessoas tão presas em suas próprias idéias que nada poderia libertá-las de suas próprias prisões, não que alguém tivesse realmente interesse em fazer isso, as prisões hoje em dia são praticamente a salvaguarda de muitos, é como parar, viver um mal conhecido é melhor que arriscar a um desconhecido não é mesmo?

Em dias assim você não pensa você apenas levanta e começa sua rotina matinal, dá um tapa no despertador, pega suas roupas vai até o banheiro para um banho pensando que talvez seja somente o sono a te perturbar as idéias, e quando sai por um instante pensa que era isso mesmo, que agora está tudo bem mais uma vez, que o dia irá fluir, você se veste deixa o café de lado, afinal você nunca foi muito disso, quando sai na rua o mundo parece que mudou para tons de cinza espalhados disforme mente sob uma paisagem qualquer e só ai você percebe que não era só o sono que te perturbava, a manhã passa devagar, os minutos escorrem como as gotas de chuva na janela lenta e sofregamente, no fim da manhã a única coisa que você quer é chegar em casa olhar pras paredes que infelizmente não estão mais lá esperando por você no lugar delas paredes brancas e pálidas e uma iluminação exagerada tornam até mesmo uma tentativa de descanso durante a hora de almoço quente e dolorosa como um pesadelo do qual você tenta mas não consegue acordar e quando finalmente consegue você sente o suor escorrer seu corpo de maneira incomoda e desconfortável, mesmo num dia chuvoso de nuances cinzas como hoje, sua cabeça pesa no caminho ao trabalho, você não sente fome mesmo trocando o alimento por minutos que mais pareceram horas de pesadelo, a tarde não é diferente da manhã e mais uma vez as gotas se mostram pra você descendo lentamente pela janela lateral, se ao menos você estivesse nas paginas daqueles livros que você adora ler, onde em dias como esses a sua vida pode mudar inesperadamente, uma ligação e pronto, homens de aparência estranha chamados quarta-feira, velhos com seus chapeis panamá e luvas verde limão cantarolando o destino do mundo, mas isso é só o sonhador dentro de você que tenta brigar com a realidade que é bem menos atrativa que isso pois quando o dia termina, você ainda é você, não um semi Deus, sua voz não dita o rumo dos acontecimentos você não pode voltar dos mortos e nem tornar-se o próximo na lista de muitos que já foram aquele que sempre será o primeiro entre os antigos, no fim você é só você e o dia vai chegar ao fim sem que nada tenha mudado...

Antes de ir pra cama e recomeçar a sua rotina você pensa, só mais um dia em nuances de cinza... só mais um flashback de algo que não foi e nunca será assim como os domínios de uma certa figura de cabelos pretos e pele branca coberto por seu manto negro, e por fim, antes que seu olhos fechem você até pensa ter ouvido algo ou visto uma sombra a esgueirar-se por baixo da porta e sorri com a ironia...

"Quando você sonha, algumas vezes você se lembra. Quando você acorda você sempre esquece."

Acho que mesmo com toda sensação de estar vivendo um pesadelo dentro de um sonho, ainda prefiro dias como estes dentre os dias de sol onde as pessoas saem de suas casas vestindo suas mascarás de sorriso amarelados e olhares vazios, cheios de uma falsa alegria que eu não sei fingir mais... gosto de pensar que este post me torna um pouco menos hipócrita já que como respondi em um scrap, reclamo dos dias escuros enclausurado em meu quarto, mas não sei mais viver as flores e o sol… Já ia esquecendo, preciso agradecer a Fla e a Ly pelas indicações do Blog Elite, que em breve vou postar por aqui, e ao Grande Mike que escreveu um texto em seu blog dedicado a mim, fato que um dia eu espero conseguir retornar em algum texto que faça jus.

E já que o texto de hoje foi recheado das palavras e idéias emprestadas de Neil Gaiman que hoje já fazem parte de minha mente conturbada, não vejo forma melhor de terminar o texto do que como o mestre começou sua obra:

"Com um punhado de areia eu mostrarei o terror a vocês..."

domingo, 2 de dezembro de 2007

LEAVE ME ALONE

Nunca pensei que alguém pudesse estar realmente só mesmo que acompanhada na maior parte do tempo, o pior é que eu me sentiria melhor se pudesse ficar realmente só sosinho, sem ninguém por perto sabe, sem precisar fingir uma alegria que não existe ou ter que ser social quando tudo que se quer é estar sosinho.

A solidão pode vir de várias formas, foi o que me disseram certa vez, mas nunca pensei que ela viesse acompanhada, queria poder gritar Deixem me em paz,ou levar comigo uma placa dizendo "Leave me Alone" mas nem isso eu tenho direito. Tem uma frase de Tennessee Williams que dizia: "Quando muitos estão só, parecendo estar só, é extremamente egoísta ficar só, sozinho". Pois bem, acho que sou esse egoísta do qual ele fala, não que eu queira realmente estar sozinho, mas de má companhia eu já estou cheio, pessoas com as quais você consegue no Maximo uma conversa artificial, sem profundidade alguma, pessoas que te perguntam como você está sem ter realmente a intenção de saber se está bem e mesmo que queiram, não tem a menor intenção de fazer algo para ajudar, me digam, por que alguém iria querer estar cercado de pessoas assim, bem, posso ser louco , egoísta, o que for, mas pra estar cercado por este tipo, prefiro ficar só, e o mesmo vale pra um amor, não quero apenas alguém para não estar só, quero estar com alguém por que realmente quero estar com ela, ou quem sabe até precise, não se sente isso por qualquer pessoa, isso eu tenho certeza.

Não era neste ponto que eu queria chegar, mas o que posso fazer, quase sempre as palavras que escrevo fogem ao meu controle, acho que na verdade tudo que eu queria era de certa forma não ter que me esforçar tanto por nada, se ao menos eu tivesse a certeza de que todo o esforço feito hoje fosse valer a pena um dia, e por favor não venham com aquele discurso de que vale a pena, que é só esperar, por que já ouvi isso algumas vezes durante o pouco tempo que já vivi e acreditem, não é fácil assim, o mundo não é justo como deveria e nem sempre você recebe de volta o bem que plantou, as vezes você se esforça e no fim o que você alcança, não é aquilo que te você tanto sonhou, não foi por isso que você lutou, mas ainda assim foi o que veio em troca...

Não quero estragar os sonhos coloridos de ninguém, e não vou pedir desculpas pelo que disse até aqui, pode não ser justo, mas a vida também não é, e infelizmente, cedo ou tarde todos teremos de aprender a conviver com isso, pros realistas, isso nunca foi problema, mas eu tenho pena dos sonhadores como eu, que todos os dias se assustam um pouco mais com a triste realidade que vivemos, e que aos poucos vão descobrindo assim como eu, que a vida não é um sonho e que os sonhos, não passam de sonhos...

Bom dia para todos que passarem por aqui, e pros sonhadores, que ao menos os seus sonhos possam ser os mais surreais possível...

sábado, 1 de dezembro de 2007

Paredes e Olhos Azuis...

É estranho pra mim pensar que de tudo que eu poderia sentir falta no meio de toda essa mudança, o que mais me faria falta seriam as paredes azuis, sei que pode parecer insensível, mas não sinto a menor falta das pessoas, nunca pensei que seria esse tipo de pessoa, o tipo que não se apega a nada, mas acho que no fim as pessoas tendem a nos decepcionar e no meio do caminho é mais fácil simplesmente perder a fé nas pessoas do que continuar dando murros em ponta de faca, pelo menos é o mais racional, e este sempre foi o meu maior problema.

Há dias em que me agarro a esperança de que ainda sou um cara legal com esperanças e otimismo, mas como me apegar a essa idéia quando os esses dias são raros e acabam tão mais rápido do que os dias normais onde eu sou só aquele cara mau e triste escondido por trás de mentiras e olhares vazios, eu lembro que a não muito tempo eu me via em personagens de filmes como Uma Historia sem fim, Peter Pan, Patch Adams, O Milagre da Rua 34, filmes que hoje eu tenho até mesmo dificuldade de lembrar, enquanto hoje os únicos personagens que me chamam a atenção pra não dizer com todas as letras que me identifico com eles, são Jean Reno em O Profissional, Wasabi, Robert De Niro em Taxi Driver, Hank Moody(David Duchovny) em Californication e é claro o maior de todos Dr. Gregory House com o seu "EVERYBODY LIES".

Não queria ser assim, e nem mesmo me sentir assim, mas as vezes esse pensamento é tão acolhedor quanto as paredes azuis das quais sinto tanta falta, é triste e bom, e no fim é como na letra da musica de uma banda já bem antiga chamada The Who - Behind blue eyes:

No one knows what it’s like
To be the bad man
To be the sad man
Behind blue eyes

And no one knows what it’s like
To be hated
To be fated
To telling only lies

No one knows what it’s like
To feel these feelings
Like I do

And I blame you

Queria pôr a culpa de tudo isso em alguém, quem sabe nas pessoas, quem sabe em você, quem sabe em mim, mas no fim, acho que já desisti disso também. Se ainda resta um desejo de mudança, pode ser que um dia a mudança venha, quem sabe chegue com uma noticia boa, uma nova esperança, ou talvez, quem sabe, algumas pessoas tenham que ser assim mesmo por dentro e viver e morrer sem que a face por trás da mascara seja revelada, quem sabe no fim um sorriso amarelo e um olhar vazio sejam o suficiente... quem sabe...

Bom dia para aqueles que passarem por aqui!!!