terça-feira, 29 de janeiro de 2008

Devolta as paredes azuis

Depois de tanto tempo, finalmente me sinto em casa outra vez, queria poder descrever a sensação, ou a mistura delas, queria partilhar com vocês que leram nos últimos meses minhas crises de loucura, tristeza e raiva só um pouco do que é olhar mais uma vez pras paredes azuis, os pôsteres nas paredes, deixando minhas musicas entrarem por meus ouvidos e encherem minha mente e alma, de em dias de chuva ouvir o barulho das gotas batendo nas telhas e as vezes, olhar pela janela de madeira e sentir o cheiro da terra recém molhada pela chuva, de mais uma vez ter a segurança de um lugar que é meu mesmo que dentro de 4 paredes.

As ultimas semanas foram tumultuadas, fins e começos, acho que finalmente encontrei aquele final ou o centro da teia que eu tanto procurava, e no fim, não foi bem como pensei que fosse, não teve aquela cena de satisfação nem o final irônico dando sentido pra historia, mas ao menos não foi dos piores, acho que posso viver com isso, mas meu retorno as paredes azuis não tem sido muito poético, nos meses que estive longe me iludi com uma falsa noção do que havia deixado pra trás, e quando voltei, a mesmas pessoas ainda estavam nos mesmos lugares, só eu não estava lá durante todo este tempo, e agora que voltei a preencher esse espaço vazio, vejo como se nada tivesse mudado, como se só eu lembrasse dos meses que vive num outro mundo numa outra historia, acho que se parar pra pensar tive minha primeira historia de verdade, quem sabe um dia não encontro as palavras certas pra contar ela aqui, por hora fico satisfeito por poder lembrar. Quem sabe aprender algo com tudo isso, não estou reclamando, me sinto realmente muito bem de estar de volta recomeçando ou começando uma nova historia, consigo ver as novas possibilidades e os novos desafios, ainda sem muita esperança, afinal ainda sou eu e nunca fui muito otimista, mas ao menos agora tenho que tentar outra vez, e tenho algum motivo pra isso.

A parte mais difícil de tudo isso é voltar pro meio dos traidores e sentir-se como num ninho de cobras prontas a darem o bote a qualquer momento apenas esperando um deslize da minha parte apenas uma chance para que elas possam atacar e conseguir o que queriam, difícil acreditar que no meio dessas cobras ainda exista alguém de verdade, difícil saber quem é quem quando não se tem mais fé nas pessoas, acho que isso é um sinal pra descobrir novas pessoas, andar com novas companhias, quem sabe essa minha nova historia não precise realmente de novos personagens, piores e melhores, afinal que graça tem contar uma nova historia com personagens velhos.

Acho que acabei embolando tudo, mas não tem problema, estou com internet outra vez e assim devo postar com mais freqüência, quem sabe todos os dias como no começo, e assim vou desembolando essa historia aos poucos pra vocês, o importante e que saibam que o caderno ainda não foi abandonado e que estas linhas ainda terão muitas coisas para guardar, não esperem um conteúdo muito diferente do que viram até aqui, minha proposta aqui nunca foi trivialidades, mas sim os dias e os sentimentos que eles trazem, e também não pensem que com a mudança de ares virão textos felizes, pois eu tenho esse dom ou maldição quem vai saber, de ver as coisas com esses olhos tristes e perdidos, de ser este sad man, ou Lonely Boy... E como não fazia já a algum tempo, um bom dia aos viajantes perdidos que passarem por aqui, um novo dia, uma nova historia, uma nova esperança.

Historias nascem todos os dias em vários lugares diferentes, poucas são contadas, e as são de formas e maneiras diferentes, por pessoas diferentes que vêem a mesma historia por perspectivas diferentes e isso é que faz a diferença, agora, sabe qual o problema de contadores de historias como eu, é que quase sempre, estamos tão atentos as historias tão atentos e dispostos a conta-las que esquecemos que temos nossa própria historia a traçar e por isso nos tornamos observadores de vidas que não tivemos e nunca vamos ter...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Tarde demais...

O Texto é meio tosco, mas deixei isso largado por tempo demais e como no momento estou sem tempo pra escrever, vou postar ele mesmo, escrevi numa madrugada desinteressante, depois de ouvir musica brega e ver vídeos bobos de qualidade ligeiramente duvidosa.

Já era noite, eu estava cansado, até mesmo com um pouco de sono, mas sou teimoso, com certeza não dormiria tão cedo, decidi que o melhor a fazer era caminhar um pouco, nem havia começado a andar direito e notei que já estava parado na frente do colégio, fiquei olhando os alunos saírem um a um até que finalmente ela apareceu, com aquele ar superior, aquele vestidinho de verão que ela veste de propósito, por que sabe que faz com que todos olhem pra ela, não passou 3 segundos e eu notei que estava andando depressa tentando alcança-la...

Ei.. oi, vai devagar, assim não te alcanço.

**Ela olha pra trás indiferente**

Pra que a pressa? alguém morreu?

**Dessa vez ela nem olha**

Ta bom, eu precisava mesmo andar mas rápido, exercitar as pernas sabe, vida sedentária não faz bem pra caras da minha idade.

Eu sou o John... sabe, baixinho, cabelos cacheados, te vejo todo dia aqui na frente...

**Ela levanta a sobrancelha desinteressada**

E então como você disse que se chamava?

...

É por isso que adoro falar com você, nossas conversas são sempre inspiradoras...

**Ela continua andando sem diminuir o passo. **

Eu estava pensando sabe, por que uma garota como você faz isso?

O QUE EU FAÇO

**Diz ela parando de súbito.**

Isso.

Isso o que

Isso de não falar com as pessoas

**Ela se vira e volta a andar colocando o cabelo pra trás**

Pega

**Estendo a mão pra ela com um chiclete**

Ela pega sem responder

**Depois de algum silencio**

Eu falo coma as pessoas

Fala?

Só não falo com você

Sério, eu nem notei...

Haha

**Ela ri em tom de sarcasmo**

Engraçadinho

Ta bom então por que não fala comigo

Por que você é um chato?

Sou?

É

Tudo bem

**Encosto no muro e começo a cantarolar... Ela continua andando mais um pouco e para lá na frente**

Vem logo.

**Eu sorrio e alcanço ela outra vez**

Sabe eu acho que você tem uma queda por mim

Ela olha pra mim com aquele risinho

Tenho é?

**Entro na frente dela e começo a falar**

Tem sim, você é do tipo que gosta de caras engraçados, legais, até um pouco retrôs, que acredita no amor de contos de fadas assim como eu, que vive esperando alguém que note seus sorrisos, 6 deles por sinal, que brinque com suas covinhas te fazendo rir, que cante pra você, mas que faça isso te olhando nos olhos...

**Ela para um pouco admirada, meio séria, ela ameaça um sorriso, o de nervoso, só pra constar, então eu interrompo**

As vezes caras assim caminham do seu lado o tempo todo, e você nem percebe...

**Ela fecha os olhos e força as mãos contra as coxas pressionando o vestido

Faço a volta e começo a andar me distanciando. **

Pena garotas assim só perceberem isso tarde demais

**Ela fica olhando enquanto me afasto sem olhar pra trás cantarolando com as mãos afundadas nos bolsos, de volta para casa. **

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

Traição...

Não consigo deixar de me sentir traido, sei que é um pensamento estranho, mas parece que tudo que eu tinha, tudo que acreditei, me traiu de todas as meneiras que julguei possivel, traido pela vida, pelo mundo, pelas pessoas, pela fé, traido por meus sentimentos... sinto como se não pudesse confiar em ninguém, pior, sinto como se meu maior inimigo fosse eu mesmo, minhas idéias se contradizendo a todo tempo, sinto as palavras, os sentimentos escapando por meus labios, em cada palavra em cada movimento me entregando me despindo, as pessoas reclamam das mascaras, mas só por que não sabem o quão dificil é viver sem elas, sinto-me exposto, nu diante de pessoas que apontam e julgam cada falha cada duvida cada engano cometido cada cicatriz e imperfeição, não sei o que é pior, se é o fato de estar sendo julgado pelos meus pecados ou o de merece-los.

Uma vez disseram que a pior das mentiras é a que você dirige a si mesmo, a traição não fica atrás, acho que eu já esperava que todo o resto fosse me trair, mas não esperava isso de mim, me julgava entendedor dos meus próprios problemas achei que lutariamos juntos até o fim, pensei que eramos inseparaveis, mas hoje começo a me despedir de mim mesmo, hoje mais um pedaço de mim fica pra trás e temo que logo em breve não haja mais pedaços para me desfazer e por fim sobre apenas o resto de alguma coisa que um dia foi eu. sabe, eu não tinha notado como venho me perdendo pelo caminho, como perdi tanto de mim em tão pouco tempo, pelo menos até hoje, não que fossa fazer alguma diferença se tivesse descoberto tempos atrás, não como se fosse capaz de evitar quaquer coisa, no momento a ultima coisa que me sinto é capaz de fazer algo... Se o tempo cura todas as feridas, por que me sinto mais doente e ferido a cada segundo.

Queria poder olhar o mundo com a mesma beleza que via anos atrás queria ainda enchergar jiboias abertas e fechadas em pedaços de papel desenhadas por dedinhos gordos e miudos, queria não ser assim tão sério o tempo todo, e não parecer desesperado quando sorrindo, queria poder ter a certeza de que um amanhã virá e com ele uma nova esperança, mas acontece que o maximo que consigo são dias um pouco melhores com alguns sorrisos e alguma distração. as vezes, em dias assim, lembro de coisas que não tenho certeza se um dia existiram, mas que as vezes parecem tão reais, pessoas reunidas como naqueles filmes com familias enormes sempre rindo e fazendo besteiras, partidas de futebol em campos de areia improvizados na beira da praia, todos como pinturas borradas e envelhecidas, sabe, quase sinto a areia entre os dedos, só pra acordar percebendo que isso não é real, que ainda estou aqui e o tempo ainda age contra mim, que a vida não é como deveria ser.

Vocês nunca tiveram aquela sençasão de que está tudo errado, que o mundo não é como deveria ser, que alguém em algum momento cometeu um grande erro e mudou tudo, eu me sinto assim em quase todo o tempo...

No fim acho que sinto falta de sentir meu coração bater, se não por alguém, quem sabe por mim mesmo... desculpem a ausencia, perdoem os erros e o texto feito meio que de qualquer jeito, mas só estou aqui tirando as teias dentre os dedos. Boa Noite pors que passarem por aqui!

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

MUDANÇA

Primeira virada de ano deste humilde caderno e olha só, deixei-o num canto qualquer, logo este que acolheu minhas lagrimas, minha fúria, e quem sabe neste próximo ano algumas alegrias, pra mim é novidade ter algo meu assim por tanto tempo, por isso peço que perdoem certos desleixos copmo este, no fundo eu estava evitando ter que escrever sobre os assuntos que são de prache nesta época do ano, já que está não é uma das minha favoritas, longe disso, já que não posso simplesmente passar por cima dela e fingir que nunca existiu, ao menos pude amadurecer um pouco a idéia de falar sobre isso.

Detesto essa idéia de relembrar um ano inteiro de burradas e acertos, e prometer mais besteiras pra um próximo ano que provavelmente assim como nos outros anos você não vai cumprir, pra mim fica até dificil olhar para trás, já que este ano em particular foi um total fracasso, não que os demais tenham sido um sussesso, de forma alguma, mas ao menos não foram tão drásticos, acho que se eu fosse traduzir este ano em uma palavra, MUDANÇA seria a escolha perfeita, ainda não sei se pra melhor ou pior, aparentemente pra pior, mas indiferente do resultado o que marcou mais foi o fato de finalmente algo ter realmente mudado de forma drástica na minha vida, e se depender de mim, quem sabe mude até mais(isso fica pra outro post).

Em resumo, minha vida não é baseada em começos e fins, pelo contrario, como já disse antes ela mais parece um emaranhado de fios em forma de teia e o mais perto que posso aumejar de um final seria o centro de tudo isso, infelizmente ou felizmente, esses fios estão em constante mudança.

Virei o ano com minha familia, um pouco entediado, um pouco satisfeito, bastante revoltado comigo mesmo, agora é caminhar por minhas linhas pelo periodo de mais um ano e com um pouco de sorte, quem sabe, ter melhores momentos no caminho, durante esse caminho, vou apagando pedaços de mim mesmo me perguntando no instante seguinte, o que ali estava segundos atrás, lembrando e esquecendo partes de mim mesmo sem saber estar certo ou errado.

"A esperança brota eternamente no peito do homem. Ele nunca é, mas espera sempre ser feliz."
Alexander Pope