sexta-feira, 1 de fevereiro de 2008

Dias...

Andei medindo a mim mesmo nos últimos dias e o mais estranho em tudo isso é que notei que geralmente sou exatamente o que quero ser, mesmo quando não alcanço meus objetivos, eu faço o que quero, penso que as vezes fico tão bitolado com o objetivo final que esqueço de me parabenizar por todo o caminho, não sei se consigo explicar, mas é como você sonhar em ser alguém e ver as coisas acontecendo, só que sem a parte das coisas acontecendo. Não sei se posso me contentar com isso, mas é impossível negar que não sinto uma ponta de satisfação de conseguir ser eu mesmo num mundo onde todos já desistiram desse velho conto de fadas.

Meio que mudando de assunto, minha vida anda corrida e entre satisfações e desapontamentos tenho tentado não pensar muito em todo este drama adolescente atrasado no qual minha vida se baseia hoje, estou de volta ao meu recanto a uma semana como vocês sabem e nesses dias tudo tem estado estático, mas a dias e dias como em toda historia não é mesmo.

Tive um dia muito estranho essa semana, um dia realmente muito, muito estranho, começou normalmente prometia ser só mais um normal e tediosos dia, mas pro meu espanto acabei voltando a floripa (a passeio claro), andei com um ar de insatisfação pelas ruas que andava todos os dias, sentia como se não tivesse feito diferença pra ninguém, sai da empresa onde trabalhei com o dinheiro no bolso e com a sensação de ter falhado feio, comigo e com aquele lugar, voltei pra casa dos meus tios andando, uns 10 quarteirões eu acho, olhava pras pessoas e realmente não conhecia nenhuma delas e elas com certeza não me conheciam, passei 3 meses indo e vindo por aquele mesmo caminho e pelo visto, não havia criado nenhum laço com aquele lugar, e foi com esse sentimento que caminhei meio como um Homem morto andando por mais da metade do caminho, num momento da caminhada de autoconhecimento (conseguem notar o cinismo) notei numa janela no outro lado da rua, um senhor negro com os poucos cabelos brancos que tinha desalinhado sobre sua cabeça olhar em minha direção e num breve movimento fazer um comprimento militar, uma continência pra ser mais exato, olhei pra ele no alto do prédio e acreditem até virei um pouco a cabeça pro lado, e ele sorriu misterioso como se soubéssemos de algo que ninguém mais sabia e então eu correspondi a continência com um sorriso satisfeito.

Depois ainda caminhando até a casa da minha tia, que agora já começo a achar ser bem mais distante do que as 10 quadras que disse mais cedo,mergulhado em minha mente, pensei já ter visto aquele Senhor sorrir do mesmo jeito numa noite qualquer em algum lugar que poderia até mesmo ser aquela mesma praça ou quem sabe Londres ou até mesmo paris, quem sabe, a noite é tudo tão claro, mas quando acordo, nunca lembro realmente...

11 comentários:

Mila disse...

Adoro a sensação de andar incógnita pelas ruas, sem pessoas me cumprimentando, sorrindo falsamente, me julgando.
Mas os acenos e sorrisos desconhecidos que rompem da multidão, sempre me trazem um leve sorriso de canto de boca, que eu dou pra mim mesma, com a certeza de que, no final das contas, ninguém consegue andar totalmente incógnito nas ruas.

Anônimo disse...

Que bom que ainda existem pessoas que ao menos tentam ser autênticas neste mundo caótico. =) Isto é algo difícil (ser autêntico) e realmente raro, mas que me traz muita satisfação.
Quanto aos vínculos criados ou não... às vezes passamos a vida inteira em algum lugar e sempre temos a impressão de estarmos em um ambiente completamente hostil. Depende de tudo que nos cerca.

Obrigada pela visita.

Mike disse...

São os nossos fantasmas... criados por nós mesmos, e que nos perseguem...
Curti muito este final lúdico...
É isso aí... o retorno para casa não resolve todos os problemas, não espanta todos os fantasmas... é tão complicado quanto... aquela sensação de "casa" nunca é a mesma quando voltamos, nunca é igual aquela que imaginamos ter deixado para trás...

Grande abraço
e bom início de carnaval

Paula disse...

sweet...
ando há anos pelo caminho sem criar laço algum..
ao menos meu coração nada reconhece seu sob esta lua e os olhos não brilham no olhar de outrem...

desejo que suas paredes azuis tranquilizem seu sono, o sono dos justos.

bjo.

Jacinta Dantas disse...

Gostei especialmente do "sou o que eu quero ser". Penso que, o desejo de Ser, abre caminhos para descobertas.
Até receber um cumprimento de um desconhecido, que de desconhecido não tem nada, pois suponho que seja o próprio olhar que se projeta e recebe, de volta, o que foi projetado.
Ih! eu e minhas suposições...
Melhor parar por aqui.
Um beijo

Jacinta

'-Kelly Viana' disse...

LeGal,ás vezes fico pensando sobre o que eu quero ser,ainda tô meia confusa..
adorei seu texto!!

bjOo!!

Anônimo disse...

Assistindo um destes programas de divugação de pesquisas na área de neurociência.... Liberty....

O video explicava que somos mera consequência... não há livre arbítrio. Segundo os cientistas a resposta de nosso cérebro, por mais instantânea e/ou impulsiva que possa parecer, á na verdade resposta a uma preparação antecipada deste órgão.

Sim! Não somos nós quem decide fazer determinada ação e depois ordena o cérebro para cumprí-la..... Mas o inverso: uma série de pensamentos inconscientes se organizam, estimulam incoscientemente o cérebro que depois inicia uma preparação para então surgir o impulso, o desejo e desencadear a ação propriamemte dita.

Louco isso, não?

Nem sobre os próprios pensamentos temos poder. Alguém realmente acreditou que teria poder sobre o seu próprio pensamento?...



Escrito por Paula T. às 18h18
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13/12/2007

Agência Indusnet Fiesp

Paula disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Paula disse...

sweet:
1. naum sei como esses trechos estao parando por aí, no meio dos blogs q visito. o meu, configurei moderar comentários, por esses e outros motivos.
2. vc tá devendo explicação pro mike sobre sweet e liebchen. kkkkk
e agora? quero ver sair dessa.
kkkkkk.
bjo. t+
P.

Alice disse...

Lindo texto... sensível e verdadeiro.
grande beijo pra vc

Anônimo disse...
Este comentário foi removido por um administrador do blog.