sábado, 11 de outubro de 2008

Pela minha janela...

Será mesmo o amor uma questão puramente de sorte, não é que eu esteja apaixonado ou qualquer coisa desse genero, pelo contrario, parece que a ausencia de amor faz com que minha mente entre em um transe de musicas, historias romanticas e cliches, é claro que sei que é meio que culpa da sempre incansavel naturesa humana de querer aquilo que não tem, sei também que parte da culpa é dessa minha mania de achar que o mundo é um conto de fadas, e que no fim é só acreditar e tudo vai acabar bem...

E é nessa minha falta de conexão com a realidade que me vejo perdido em devaneios constantes vivendo em um multiverso de realidades que mudam constantemente sem que eu saiba qual delas é real, um misto eterno de cores e sons, onde todos os dias acordo mais longe deste mundo que não é meu me afundando neste outro mundo que é só meu, um mundo de 4 paredes um mundo visto por uma janela onde o tempo parou em um momento um beijo que vive pela eternidade selando aquilo que foi ou que um dia será, a água caindo e os raios de sol escapando por um canto, e no cinema o holofote que ilumina um ponto unico no céu a multidão aplaudindo de pé na praia diante do mar, e as ondas saudando o sol pela janela do meu quarto que abafa o som no azul das minhas 4 paredes...

Ahhh... as 4 paredes, sempre elas sempre azuis, sempre frias se distinguindo do vermelho lá fora, as cores frias e neutras que fazem do meu mundo um inverno frio e escuro, becos de uma londres de tempos atrás, pessoas encapuzadas, olhos a espreita, dias de chuva a mesa coberta de copos e cinzas de um lado e do outro a cama, bagunçada de dias menos solitarios mesmo que ainda escuros mas não tão frios, dias de ilusão que guardei comigo, e assim como as cinzas que caem por entre meus dedos rolam as lagrimas na face em outras 4 paredes, não azuis, mas, vermelhas de quem olha um mundo azul, distante e perdido, pela janela...